As seis estátuas

Há muito tempo, vivia um bondoso velho e sua mulher. Eram paupérrimos. Numa véspera de ano novo viram que não tinham dinheiro para comprar bolos de arroz para comemorar a festividade. Diante disso, lembraram de sete chapéus de palha que o velho havia tecido há algum tempo.

– Vou até a aldeia vendê-los – disse o velho.

Então a esposa pôs um dos chapéus em sua cabeça e os outros seis em seus ombros, e lá se foi ele sob a neve.

Durante todo o dia, o velho andou, tentou vender seus chapéus, mas ninguém queria comprá-los. De forma que, de tardezinha, ele subiu penosamente a trilha nevada que levava de volta para casa. No caminho viu seis estátuas de deuses que estavam em pé na neve. Eram as divindades guardiãs das crianças, que pereciam geladas e sozinhas. O velho parou e disse:

– Não posso deixá-las aqui tremendo de frio! – exclamou. E colocou em cada uma um chapéu de palha, atando-os cuidadosamente à cabeça dos deuses. Só depois voltou para casa.

A velha suspirou quando o marido lhe disse que não trouxe bolos de arroz, mas sorriu quando ele lhe contou que havia dado os seis chapéus para as estátuas.

– Imagine o quanto devem estar felizes! – ela exclamou.

Bem tarde, naquela noite, depois de uma magra ceia de ano novo, o velho e sua esposa foram se deitar. À meia-noite acordaram com estranho ruídos na casa.

– Que pode ser?

Apuraram os ouvidos e reconheceram o som de pessoas cantando.

Nesse momento escancarou-se a porta e uma cestinha pousou no meio da choupana. Ao cair, abriu-se, mostrando os mais belos bolos de arroz que o casal já vira: eram frescos e perfumados. E, quando olharam para a porta, viram as seis estátuas, cada qual com um chapéu de palha, cumprimentando-os com reverência pelo ano novo.

 

Autor Desconhecido.
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